Entender o que é modelagem econômico-financeira pode ser essencial na hora de projetar o futuro de uma empresa. Esse modelo pode ajudá-lo a entender os riscos, retornos e como ampliar os projetos da companhia de forma saudável e eficiente, com potencial de até ser um atrativo para novos sócios e investidores.
No artigo de hoje, descubra o que é a modelagem econômico-financeira, com a participação de Márcio Almeida, diretor de operações da Upside Finance. Confira!
Leia:
Trata-se de um modelo matemático, que inclui variáveis econômicas e financeiras, além de informações como vendas, receitas, despesa, fluxo de caixa, preços e tendências de mercado traduzidas de forma numérica.
Essas variáveis, em conjunto, proporcionam uma perspectiva e projeção sobre o desempenho da empresa no futuro, auxiliando na tomada de decisões financeiras a respeito do investimento.
Dentro da modelagem econômico-financeira, há tanto a possibilidade de uma abordagem simplificada quanto de uma mais complexa, que mudam de acordo com as variáveis que serão consideradas.
Na modelagem simplificada, é possível utilizar dados históricos da companhia para desenvolver uma projeção de resultados. Já no modelo complexo, além de tais dados, é necessária a utilização de outras variáveis mais específicas, como índices inflacionários, custo de capital, estrutura de capital, riscos do projeto, entre outros.
A realização de projetos de infraestrutura leva um longo tempo de desenvolvimento, além de um grande capital. Por isso, o planejamento a longo prazo é fundamental. Desde a identificação de riscos e oportunidades, além da definição das fontes de financiamento, retorno estimado do projeto. A modelagem econômico-financeira consegue determinar, de forma aproximada, essas expectativas.
Mas quais são as vantagens de uma modelagem econômico-financeira bem elaborada em um projeto de infraestrutura? Márcio Almeida, diretor de operações da Upside, separou 5 vantagens:
Segundo Márcio Almeida – a primeira vantagem de um modelo bem elaborado é conseguir identificar o investimento necessário, o fluxo de caixa projetado, o retorno esperado e os riscos envolvidos. É possível ver a viabilidade financeira do projeto – afirmou.
A identificação desses fatores é determinante para a otimização dos investimentos do projeto. Segundo Márcio – essa segunda vantagem, em um modelo bem elaborado, você identifica (riscos e oportunidades) – afirmou. E exemplificou – onde tem risco, risco de construção, onde tem oportunidade de maior ou menor alavancagem do projeto.
Quais são as fontes mais adequadas de financiamento? Um fundo constitucional? Uma debênture incentivada? É possível identificar quais são essas fontes em um modelo mais elaborado – afirmou Márcio Almeida.
De acordo com Márcio, um modelo econômico-financeiro bem elaborado te ajuda a simular cenários, e com isso, avaliar os seus impactos no desempenho financeiro de um projeto.
O modelo econômico financeiro também permite uma comunicação otimizada entre todos. De acordo com Márcio – melhora a comunicação com os acionistas e investidores no geral. Considerando essa série de variáveis, mensurar qual é o retorno e expectativa que traz esse modelo de infraestrutura.
Para desenvolver uma modelagem econômico-financeira bem elaborada, existem parâmetros essenciais que devem ser seguidos. De acordo com Márcio – você precisa determinar o seu investimento inicial, quanto você vai despender de CAPEX para esse projeto. É preciso montar, partindo do investimento inicial, o seu fluxo de caixa projetado, considerando recebimentos e pagamentos ao longo do tempo – afirmou.
Além disso, é necessário utilizar uma taxa de desconto, para ver a viabilidade em termos de retorno do capital. Outro parâmetro é o período de análise, visto que os projetos de infraestrutura podem levar até décadas.
Nosso especialista também destacou a importância de analisar os cenários econômicos – é preciso saber como vai se comportar a queda de juros no futuro, o impacto dos índices de inflação, essas são variáveis importantes – disse.
Outros fatores importantes são o custo de capital e a análise de sensibilidade, que determina o quanto é possível aumentar em termos de retorno ao longo da vida útil do projeto.
Mesmo com todos os benefícios, ter uma noção realista do projeto é um fator determinante no sucesso, ou não, de um projeto de infraestrutura. Segundo Márcio Almeida, o principal erro cometido é não ter dados confiáveis, e completou – quando se pensa em infraestrutura, você tem que ter um CAPEX bem determinado. Quanto é que eu vou gastar para fazer esse projeto? Uma construção nunca acaba da forma que inicia, mas é necessário ter um número mais apurado possível – disse.
Além disso, outro erro comum são as projeções com cenários muito otimistas. O especialista destaca também mais um aspecto é ter um modelo atualizado. Essa não atualização pode levar a erros, por isso é preciso ter atenção.
Fundada em 2000, a UPSIDE está entre os maiores assessores financeiros independentes do Brasil. Atua na estruturação de financiamento e assessoria em leilões de concessão, tendo prestado serviços para diversas empresas públicas e privadas do setor de infraestrutura.
Com vasta experiência e presença sólida e diferenciada na condução de negócios, a UPSIDE viabiliza operações de Project Finance junto aos Bancos de Desenvolvimento (BNDES, BNB, BRDE), Fundos Regionais (FCO, FNE, FNO, FDA) e os principais bancos privados e fundos de investimento.