Entender as boas práticas de Valuation pode fazer a diferença na hora da aquisição ou venda de um ativo. No artigo de hoje, vamos abordar as boas práticas necessárias na hora de elaborar uma avaliação econômico-financeira. Confira!
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Tradicionalmente, existem dois métodos: valuation por fluxo de caixa descontado e por múltiplos de transações/empresas comparáveis. Porém, antes de iniciar um valuation é importante entender o propósito do estudo e o nível de informações disponíveis para conseguir escolher a metodologia mais adequada.
O modelo econômico-financeiro deve focar em atender as especificidades de cada projeto e responder às perguntas do interessado, no entanto, o método de múltiplos se baseia nos dados de empresas comparáveis, não considerando necessariamente as especificidades de cada empresa.
Por outro lado, em alguns casos não há informações disponíveis suficientes para a construção de um modelo mais específico para um empreendimento, pelo método de fluxo de caixa descontado.
Este mesmo nível de informações, no entanto, pode ser suficiente para calcular os múltiplos do setor a partir de uma amostragem, trazendo ao menos valores de referência que podem ser aplicados.
Primeiramente, o modelo precisa ser de fácil entendimento. No entanto, a necessidade de análises detalhadas que inserem complexidade pode existir. É fundamental criar estruturas que atendam às análises e que, ao mesmo tempo, sejam de claro entendimento.
O analista responsável pela elaboração do modelo, por exemplo, tem que decidir quando automatizar uma análise (adicionando complexidade), e quando elaborar uma análise manualmente.
Além disso, é de suma importância a transparência em relação à origem das premissas utilizadas – as contrapartes em uma operação precisam se sentir seguras, sendo necessário haver um consenso se os dados utilizados são factíveis.
É importante esclarecer que a fonte de informações varia de acordo com as partes envolvidas no trabalho. Alguns valuations são solicitados pela própria companhia a ser avaliada, que pode estar em processo de aquisição. Nesse sentido, a companhia disponibiliza as informações necessárias.
Outro cenário é uma empresa interessada em um estudo do setor: quando somente temos acesso às informações públicas.
Até mesmo em um cenário de aquisição, uma interessada (compradora) pode iniciar o valuation com base em informações públicas, e complementá-las com informações restritas quando obter um NDA (Acordo de Confidencialidade, na sigla em inglês).
A qualidade e confiabilidade depende da fonte. Há uma preferência em obter as informações de uma fonte estabelecida e confiável. Como em qualquer setor, existe um risco ao analisar uma empresa com base em informações duvidosas.
Não existe garantia na qualidade das informações, mas existe o incentivo da manutenção de uma reputação. A partir do momento que o mercado depende de informações confiáveis, reputação se torna o ativo mais valioso das fontes – não é interesse de nenhum ser negligente ou prover informações questionáveis.
Todo valuation, em maior ou menor escala, envolve certo grau de subjetividade. Por exemplo, determinar o custo de uma dívida a ser emitida em meses, ou até mesmo anos à frente; premissas de oferta e demanda que ditam crescimento e preço; estrutura de contratos. Com base em todas essas variáveis, cabe ao analista estimar uma premissa factível.
O modelo se trata de um objeto de discussão e validação. Por essa natureza, diversos analistas e gestores irão avaliá-lo. Por isso, é importante que o modelo seja legível e compreensível.
Estruturas complexas são de difícil auditoria e tendem a gerar desconfiança, e a simples dificuldade em entendê-lo pode, em casos extremos, impedir uma transação. Ou seja, é importante que a avaliação seja entregue para fácil assimilação e leitura dos interessados.
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